FIM DO IMPASSE
Luizianne Lins acaba com a Feira da Sé
Comércio informal: após a festa de inauguração no domingo, o Feira Center ficou vazio ontem. A maioria dos vendedores cadastrados para comercializar em Maracanaú voltou para a Praça da Sé, em Fortaleza
Luizianne Lins acaba com a Feira da Sé
Comércio informal: após a festa de inauguração no domingo, o Feira Center ficou vazio ontem. A maioria dos vendedores cadastrados para comercializar em Maracanaú voltou para a Praça da Sé, em Fortaleza
A divisão dos feirantes e ruídos de comunicação provocaram o esvaziamento da feira em MaracanaúA insistência dos feirantes em ocupar a Praça Pedro II, conhecida como da Sé, das 15 horas do último domingo até às 7 horas de ontem, irritou a prefeita Luizianne Lins que determinou o fim da feira naquele logradouro público. “A Prefeita não aceita mais a feira no local, nem no entorno da Sé, em dia nenhum da semana”, afirmou o secretário Regional do Centro, José Passos Nunes.Segundo ele, a Guarda Municipal e a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC) vão controlar o espaço público para evitar a presença dos feirantes. O esquema de segurança contará, diz Passos, com o apoio da Polícia Militar.
O secretário do Centro assegura, ainda, que o controle da Praça da Sé seria desnecessária se os feirantes cumprissem com o acordo que ficou acertado com a prefeitura, de remoção da feira para Maracanaú. “No último domingo mais de 4 mil feirantes voltaram para a Sé, outros ficaram no meio da rua”, constatou.Passos reafirmou a decisão da prefeita de Fortaleza de não permitir mais a presença de feirantes na área da Sé. “Maracanaú é a melhor opção, uma vez que tem infra-estrutura, com duas mil barracas já montadas. Contudo, aqueles que não aceitam ir para lá, podem montar a barraca na Rua José Avelino ou procurar um galpão ou um local privado para ficar”, argumenta o secretário.
Enquanto uns feirantes foram para Maracanaú, outros permaneceram na Praça da Sé, no Centro da Capital, descumprindo acordo feito com a Prefeitura de Fortaleza. A divisão dos feirantes entre Fortaleza e Maracanaú e uma série de ruídos de comunicação foram apontados como os principais motivos do fracasso da primeira tentativa viável de transferência da feira.VazioOntem pela manhã, as barracas no pátio do Feira Center, em Maracanaú, estavam completamente vazias. No entanto, os feirantes apontaram que a transferência não deu certo porque criou-se uma boataria de que a Feira da Sé , em Fortaleza, continuaria até o próximo dia 2 de junho, prazo estabelecido pela Justiça para a prefeitura esvaziar o local.
Conforme o comerciante Sérgio Gonçalves da Silva, um dos poucos que permaneceram em Maracanaú, no último domingo à tarde, cerca de 80% das barracas do Feira Center estavam ocupadas e as vendas estavam acontecendo com êxito não para o público de outros Estados, mas para clientes locais. Ele conta que chegaram no local cerca de dez ônibus com compradores do Maranhão, Piauí e Pará, que estacionaram no local, mas poucos deles desceram e retornaram novamente para Fortaleza.Outra comerciante, Manuela Monteiro de Souza, que montava seus produtos para voltar para casa ontem de manhã, acrescentou que não se sabe porque os compradores voltaram. “O que nós ouvimos aqui foi que eles retornaram para o Centro porque souberam que a Feira estava acontecendo normalmente no mesmo local”, disse ela, informando que depois disso grande parte dos feirantes instalados no Feira Center voltaram aos seus antigos postos na Praça da Sé.Quem ficou em Maracanaú, como Manuela e pouquíssimos outros feirantes, tiveram prejuízo na madrugada e pela manhã, uma vez que os compradores, mais habituados com o Centro, preferiram não arriscar a mudança.O secretário Regional do Centro disse acreditar que os feirantes vão permanecer em Maracanaú.
Analisando os problemas ocorridos ontem, acha que por ter sido o primeiro dia da feira no novo local, poucos ficaram. “Eles tem que entender que para a feira se consolidar no novo local”. FEIRANTESAssociação protesta contra permanênciaA Associação dos Feirantes da Praça da Sé encaminharam à prefeita Luizianne Lins, ontem, reclamação contra a permanência da Feira da Sé. A entidade quer que o Município cumpra o acordo firmado de acabar com as vendas naquele logradouro. A preocuoação é com os feirantes que investiram na feira em Maracanaú. Cada um adquiriu a barraca por R$ 250,00 e se a feira no Centro de Fortaleza permanecer, os feirantes temem que as vendas sejam esvaziadas em MaracanaúO presidente da Associação, Simão Furtado, confirmou o comprometimento da atividade em Maracanaú foi provocada pela divisão entre os feirantes e as informações de que a Feira da Sé continuava operando. “De fato isso aconteceu. Não houve o cumprimento da ordem do Município de Fortaleza. Vamos nos reunir novamente com a Prefeitura para saber como será novamente o processo”, disse Furtado na manhã de ontem, antes de Luizianne Lins comunicar sua decisão de acabar com a Feira da Sé.
Para o presidente da entidade, todos os fatores para que aconteça a transferência para Maracanaú são positivos para os feirantes e para os compradores. “Tudo é positivo em Maracanaú. Agora, a feira só vai pegar lá quando a feira no Centro de Fortaleza acabar”.
No fim da manhã de ontem o secretário Regional do Centro, José Nunes Passos, disse que a ordem judicial que determina a desocupação da Praça Pedro II terá que ser cumprida de qualquer forma pela Prefeitura, independentemente da divisão entre os feirantes.EM MARACANAÚEsvaziamento causa surpresaO esvaziamento da Feira Center, ontem de manhã, surpreendeu a Prefeitura de Maracanaú, que investiu em infra-estrutura para transformar a área em um local apropriado e seguro para os cerca de três mil vendedores que ali comercializariam seus produtos.
Para reverter a situação, o secretário de Desenvolvimento Econômico daquele Município, Antonio Rodrigues Filho, reuniu-se, à tarde, com o secretário Regional do Centro, José Nunes Passos, quando solicitou uma solução urgente para o impasse.Na ocasião, Passos comunicou que a prefeita de Fortaleza teria determinado o fim da Feira da Sé e providências da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e da Guarda Municipal para impedir que os feirantes montem as barracas naquele logradouro público.“Estamos dando o crédito à prefeitura de Fortaleza”, disse Antonio Filho, ressaltando os prejuízos dos feirantes que montaram barracas na Feira Center e viu esvaziado o local. “Cada feirante pagou R$ 250 pela barraca e os que optaram por Maracanaú não têm mais espaço na Feira da Sé”.
O secretário de Desenvolvimento Econômico ressaltou, ainda, que os prejuízos dos feirantes podem ser bem significativos já que investiram na compra de barracas e em contatos com compradores de outros Estados. “Há 20 dias, os feirantes foram ao interior de Pernambuco (Caruaru, Toritama e Santa Cruz de Capibaribe) onde fizeram a divulgação do novo espaço”.
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