Fêmea já foi entregue ao Ibama do Crato, mas o macho ainda permanece no Sítio Luanda, na Serra do Araripe
Crato. Macacos-prego estão tirando o sossego dos moradores do Sítio Luanda, localizado no sopé da Serra do Araripe, a 8km do Crato. Um casal de macacos apareceu na localidade, a cerca de um mês. Entra nas casas e provoca todo tipo de desordem. Além de desarrumar e quebrar os objetos, eles mexem nos itens de uso pessoal das mulheres, como batons e perfume. Comeram até um sabiá que estava na gaiola. Na última quarta-feira, um dos bichos foi apreendido e entregue à sede do Ibama no município.
As peripécias dos animais lembram o que aconteceu no ano passado na cidade de Exu, quando dois macacos foram presos pela Polícia e conduzidos ao Ibama do Crato, depois de terem ateado fogo em várias residências daquela cidade no Pernambuco. A Polícia Ambiental esteve no Sítio Luanda tentando capturar os bichos. A aposentada Gislene Alves, que veio de São Paulo para cuidar de sua mãe Angélica Gomes Batista, com 93 anos de idade, informou que não suporta mais as danações causadas pelos macacos. “Não é possível que a gente tenha de abandonar nossas casas para dar lugar aos animais”, disse.
Ao fazer essa observação, Gislene lembra que na região já apareceu até onça. “Mas os macacos causam mais medo”, afirma. Existe a suspeita de que um deles foi baleado porque apareceu com um sangramento.
Proteção
Na casa de dona Maria de Bilonga a conversa é outra. Ela diz que os macacos não fazem mal a ninguém. “Eles são meus filhos. Entram na minha casa, sentam no meu colo e até catam piolho em mim”, diz Maria de Bilonga, advertindo e ameaçando, que se alguém matar os bichinhos “vai pagar com o mesmo preço”.
Mesmo ganhando apenas R$ 62,00 por mês, Maria consegue viver satisfeita ao lado de quatro cachorros e ainda sobra dinheiro para alimentar os macacos. Ela construiu um jirau no terreiro de sua casa, onde coloca alimentos, dentro de uma tampa de geladeira, para alimentar os animais que aparecem. Todos os dias, a partir de 5 horas da manhã, os dois macacos, que passam a noite no mato, visitavam a casa de dona Maria. Só voltavam para a floresta ao meio dia, depois de alimentados e acariciados.
Mas nessa quarta-feira, a dona-de-casa entregou à Sociedade Protetora dos Animais, (SPA) um dos macacos que estavam freqüentando sua casa. Apesar da tristeza, ela disse que o animal está mais seguro no Ibama. “Aqui, ele estava sendo ameaçado pelos meninos e até por homens armados de espingarda”, disse.
Os agentes da SPA deixaram a fêmea dentro de um viveiro, no terreiro de dona Maria, ao lado de uma armadilha, na expectativa de capturar o macho que se encontra nas proximidades, mas não deixa ninguém se aproximar. Os dois macacos serão entregues ao Ibama que, segundo informações dos agentes, deve levá-los para os municípios de Campos Sales ou Fortaleza, a fim de serem soltos em reservas autorizadas.
Antes, ela havia feito uma proposta aos ambientalistas que estiveram lá. “Entrego os macacos em troca de um papagaio”. Na casa de dona Maria, os dois macacos se comportavam como se fosse animais domésticos. Porém, nas outras residências onde se sentem ameaçados pela meninada que atira pedra e grita, reagem com agressividade. Além de dona Maria, os dois macacos contam com outros protetores.
São os quatro guardas da prefeitura que dão plantão na fonte da Batateira para evitar a depredação da área. O guarda Demival Saraiva diz que os macacos estão no seu habitat. “Eles fazem parte da natureza, não merecem essa fúria das pessoas que se sentem importunadas”. Demival destaca o amor que dona Maria tem pelos macacos.
Características
O termo macaco-prego é a designação genérica da antiga espécie de macacos Cebus apella. Alimentam-se de frutos, nozes, sementes, flores, insetos, ovos e pequenos vertebrados. Podem viver em bandos de até 50 indivíduos. São considerados os primatas mais inteligentes das Américas.
FIQUE POR DENTRO
Características do macaco-prego
O macaco-prego é o único primata neotropical que freqüentemente utiliza ferramentas em ambiente natural. As ferramentas mais comuns são pedras utilizadas para quebrar frutos. Também utilizam varetas para capturar larvas de insetos e mel de ocos de árvores, e pedras para cavar o solo em busca de raízes comestíveis. Inteligente e de mãos habilidosas, o macaco-prego é facilmente ensinado. Adapta-se ao cativeiro, mas como é muito ativo, cria problemas. Passa a maior parte do tempo nas árvores, onde dorme e consegue alimento. Só desce para beber água ou atacar plantações na orla da floresta. O bando desloca-se continuamente, pulando de galho em galho. A cauda deste macaco não é preênsil, quando se movimenta, mantém a cauda para cima, enrolada no galho.
As peripécias dos animais lembram o que aconteceu no ano passado na cidade de Exu, quando dois macacos foram presos pela Polícia e conduzidos ao Ibama do Crato, depois de terem ateado fogo em várias residências daquela cidade no Pernambuco. A Polícia Ambiental esteve no Sítio Luanda tentando capturar os bichos. A aposentada Gislene Alves, que veio de São Paulo para cuidar de sua mãe Angélica Gomes Batista, com 93 anos de idade, informou que não suporta mais as danações causadas pelos macacos. “Não é possível que a gente tenha de abandonar nossas casas para dar lugar aos animais”, disse.
Ao fazer essa observação, Gislene lembra que na região já apareceu até onça. “Mas os macacos causam mais medo”, afirma. Existe a suspeita de que um deles foi baleado porque apareceu com um sangramento.
Proteção
Na casa de dona Maria de Bilonga a conversa é outra. Ela diz que os macacos não fazem mal a ninguém. “Eles são meus filhos. Entram na minha casa, sentam no meu colo e até catam piolho em mim”, diz Maria de Bilonga, advertindo e ameaçando, que se alguém matar os bichinhos “vai pagar com o mesmo preço”.
Mesmo ganhando apenas R$ 62,00 por mês, Maria consegue viver satisfeita ao lado de quatro cachorros e ainda sobra dinheiro para alimentar os macacos. Ela construiu um jirau no terreiro de sua casa, onde coloca alimentos, dentro de uma tampa de geladeira, para alimentar os animais que aparecem. Todos os dias, a partir de 5 horas da manhã, os dois macacos, que passam a noite no mato, visitavam a casa de dona Maria. Só voltavam para a floresta ao meio dia, depois de alimentados e acariciados.
Mas nessa quarta-feira, a dona-de-casa entregou à Sociedade Protetora dos Animais, (SPA) um dos macacos que estavam freqüentando sua casa. Apesar da tristeza, ela disse que o animal está mais seguro no Ibama. “Aqui, ele estava sendo ameaçado pelos meninos e até por homens armados de espingarda”, disse.
Os agentes da SPA deixaram a fêmea dentro de um viveiro, no terreiro de dona Maria, ao lado de uma armadilha, na expectativa de capturar o macho que se encontra nas proximidades, mas não deixa ninguém se aproximar. Os dois macacos serão entregues ao Ibama que, segundo informações dos agentes, deve levá-los para os municípios de Campos Sales ou Fortaleza, a fim de serem soltos em reservas autorizadas.
Antes, ela havia feito uma proposta aos ambientalistas que estiveram lá. “Entrego os macacos em troca de um papagaio”. Na casa de dona Maria, os dois macacos se comportavam como se fosse animais domésticos. Porém, nas outras residências onde se sentem ameaçados pela meninada que atira pedra e grita, reagem com agressividade. Além de dona Maria, os dois macacos contam com outros protetores.
São os quatro guardas da prefeitura que dão plantão na fonte da Batateira para evitar a depredação da área. O guarda Demival Saraiva diz que os macacos estão no seu habitat. “Eles fazem parte da natureza, não merecem essa fúria das pessoas que se sentem importunadas”. Demival destaca o amor que dona Maria tem pelos macacos.
Características
O termo macaco-prego é a designação genérica da antiga espécie de macacos Cebus apella. Alimentam-se de frutos, nozes, sementes, flores, insetos, ovos e pequenos vertebrados. Podem viver em bandos de até 50 indivíduos. São considerados os primatas mais inteligentes das Américas.
FIQUE POR DENTRO
Características do macaco-prego
O macaco-prego é o único primata neotropical que freqüentemente utiliza ferramentas em ambiente natural. As ferramentas mais comuns são pedras utilizadas para quebrar frutos. Também utilizam varetas para capturar larvas de insetos e mel de ocos de árvores, e pedras para cavar o solo em busca de raízes comestíveis. Inteligente e de mãos habilidosas, o macaco-prego é facilmente ensinado. Adapta-se ao cativeiro, mas como é muito ativo, cria problemas. Passa a maior parte do tempo nas árvores, onde dorme e consegue alimento. Só desce para beber água ou atacar plantações na orla da floresta. O bando desloca-se continuamente, pulando de galho em galho. A cauda deste macaco não é preênsil, quando se movimenta, mantém a cauda para cima, enrolada no galho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário