
Fé e sexualidade viram pauta eleitoral
Dois grupos que representam lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) divulgam notas e batem de frente com um segmento de evangélicos que iniciou campanha contra a candidata à reeleição, Luizianne Lins (PT)
A prefeita e candidata à reeleição Luizianne Lins (PT) não foi a única a se sentir ofendida pela campanha promovida pela Convenção de Ministros das Assembléias de Deus Unidas do Ceará (Comaduec). O Grupo de Resistência Asa Branca (Grab) e a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançaram nota de protesto contra o que consideraram como incitação à homofobia.
O material patrocinado pela Comaduec contava, além da frase "Luizianne é contra a Bíblia e o povo de Deus" em cartazes e outdoors, com panfletos em que eram listados seis motivos para os eleitores não votarem na candidata do PT à Prefeitura. Entre os pontos, está a alegação de que a Prefeitura estimularia a homossexualidade por meio da revista Farol e que a prefeita dividiria a administração com um "exército de sodomitas".
Na nota divulgada pela ABGLT, o grupo faz questão de ressaltar que o Estado é democrático e que há liberdade de expressão, mas que essa campanha "é nitidamente discriminatória em relação à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais)". O Grab também reagiu. "Fortaleza dá sinais evidentes de que é contra a intolerância, contra a discriminação e que repudia aqueles(as) que, usando de sua fé religiosa, querem pregar o desrespeito, o ódio e a violência", lê-se no texto enviado à imprensa.
Francisco Pedrosa, presidente do Grab, destacou, contudo, que considera essa manifestação como "muito localizada" entre os evangélicos. "Inclusive a gente nem sabia que (a Comaduec) existia", disse. Segundo ele, por vezes, algumas igrejas extrapolam seu papel e "querem se meter nas políticas públicas". Pedrosa assinalou ainda que o grupo procura desautorizar o preconceito a partir do próprio discurso religioso. "A gente sempre diz que quem chama Deus de pai tem a obrigação de chamar lésbicas, gays, travestis e transexuais de irmãos".
O presidente do Grab disse que o grupo também quer saber se há algum candidato por trás da campanha anti-Luizianne. Segundo ele, a entidade não apóia nenhum dos concorrentes, mas pretende promover contra-campanha em relação ao responsável, no caso de ficar provado que algum partido está por trás da manifestação encabeçada pela Comaduec.
O evangelista J. Menezes, assessor do bispo Shelley Macêdo, presidente da Comaduec, afirma que a campanha não tem como alvo a comunidade LGBT. O material distribuído citava uma edição da revista Farol em que havia, segundo Menezes, uma "visão deturpada da sexualidade humana". Mas "a questão dos homossexuais é outra coisa", diz.
Na última terça-feira, a Justiça Eleitoral obrigou a retirada dos cartazes e outdoors de toda a cidade e estabeleceu multa de R$ 50 mil no caso de descumprimento. J. Menezes garantiu, contudo, que seu grupo vai continuar protestando. "(A decisão da Justiça) foi somente uma manobra da prefeita Luizianne pra querer desarticular um manifesto totalmente democrático".
Igrejas
Na terça-feira, que a campanha liderada pela Comaduec não é unanimidade nem mesmo dentro da Assembléia de Deus. Outros grupos dentro da própria Igreja chegaram até mesmo a questionar a legitimidade de Shelley Macêdo. Três outras entidades, que apóiam o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, a Convenção de Igrejas e Ministros das Assembléia de Deus do Estado do Ceará (Cimadec), a Convenção de Ministros da Assembléia de Deus do Ceará (Comeadec) e a Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece) seriam contrárias à campanha promovida por Macêdo.
O pastor Osires Teixeira, presidente da Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece), grupo que apóia o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, disse ao O POVO que não há discriminação por parte das igrejas que representa. Para Teixeira, os homossexuais são "pessoas carentes e necessitadas de amor" e "merecem respeito". O pastor disse considerar que eles "não podem ser culpados pelo que são" e que a Igreja "tenta alcançá-las para que elas possam ser aceitas como são".
Já o pastor da Igreja Batista Central, Armando Bispo, criticou as ações direcionadas especificamente para a comunidade LGBT. "As políticas públicas precisam contemplar todos os seres humanos, da criança ao idoso, a antrofobia afeta a raça humana em todos os níveis pelo potencial de agressividade que existe em cada um de nós. É comprovado que a maioria das uniões homossexuais são marcadas por violência, e a proteção dos mesmos deve existir no respeito e no cumprimento das leis já existentes", disse.
Bispo diz acreditar que as políticas públicas que priorizam esse grupo podem gerar uma espécie de discriminação invertida. "O direcionamento público à comunidade LGBT, acaba criando a heterofobia, agressão contra as pessoas que não consideram o homossexualismo algo normal", afirmou.
Na última terça-feira, 12, que grupos de dentro da própria Assembléia de Deus questionam a representatividade e a legitimidade da Convenção de Ministros das Assembléias de Deus Unidas do Ceará (Comaduec), liderada pelo bispo Shelley Macêdo, e que encabeça a campanha contra a candidatura do PT. As três entidades cearenses ligadas à Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil (CGADB) negam vínculo com a Comaduec e rechaçam a campanha que ela promove.
- Segundo o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, sua candidatura é apoiada pelas Convenção de Igrejas e Ministros das Assembléia de Deus do Estado do Ceará (Cimadec), Convenção de Ministros da Assembléia de Deus do Ceará (Comeadec) e Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece), que reuniriam cerca de 200 mil fiéis.
- Segundo o pastor Jorge Luiz Pereira, da Cimadec, "qualquer pessoa que deseja criar uma igreja pode botar o nome Assembléia de Deus, mas não tem a representatividade genuína dela". Já o pastor Osires Teixeira, da Cofradece, afirma que na Assembléia de Deus nem sequer existe a denominação de bispo, que Shelley Macêdo utiliza.
- Neto Nunes desautorizou o bispo. "Esse rapaz (Shelley) não representa a Assembléia de Deus". O pastor Pereira também rejeitou a ação de Macêdo. "Repudiamos totalmente qualquer agressão, tipo de comportamento que é anti-ético, que foge aos nosso princípios cristãos".
O material patrocinado pela Comaduec contava, além da frase "Luizianne é contra a Bíblia e o povo de Deus" em cartazes e outdoors, com panfletos em que eram listados seis motivos para os eleitores não votarem na candidata do PT à Prefeitura. Entre os pontos, está a alegação de que a Prefeitura estimularia a homossexualidade por meio da revista Farol e que a prefeita dividiria a administração com um "exército de sodomitas".
Na nota divulgada pela ABGLT, o grupo faz questão de ressaltar que o Estado é democrático e que há liberdade de expressão, mas que essa campanha "é nitidamente discriminatória em relação à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais)". O Grab também reagiu. "Fortaleza dá sinais evidentes de que é contra a intolerância, contra a discriminação e que repudia aqueles(as) que, usando de sua fé religiosa, querem pregar o desrespeito, o ódio e a violência", lê-se no texto enviado à imprensa.
Francisco Pedrosa, presidente do Grab, destacou, contudo, que considera essa manifestação como "muito localizada" entre os evangélicos. "Inclusive a gente nem sabia que (a Comaduec) existia", disse. Segundo ele, por vezes, algumas igrejas extrapolam seu papel e "querem se meter nas políticas públicas". Pedrosa assinalou ainda que o grupo procura desautorizar o preconceito a partir do próprio discurso religioso. "A gente sempre diz que quem chama Deus de pai tem a obrigação de chamar lésbicas, gays, travestis e transexuais de irmãos".
O presidente do Grab disse que o grupo também quer saber se há algum candidato por trás da campanha anti-Luizianne. Segundo ele, a entidade não apóia nenhum dos concorrentes, mas pretende promover contra-campanha em relação ao responsável, no caso de ficar provado que algum partido está por trás da manifestação encabeçada pela Comaduec.
O evangelista J. Menezes, assessor do bispo Shelley Macêdo, presidente da Comaduec, afirma que a campanha não tem como alvo a comunidade LGBT. O material distribuído citava uma edição da revista Farol em que havia, segundo Menezes, uma "visão deturpada da sexualidade humana". Mas "a questão dos homossexuais é outra coisa", diz.
Na última terça-feira, a Justiça Eleitoral obrigou a retirada dos cartazes e outdoors de toda a cidade e estabeleceu multa de R$ 50 mil no caso de descumprimento. J. Menezes garantiu, contudo, que seu grupo vai continuar protestando. "(A decisão da Justiça) foi somente uma manobra da prefeita Luizianne pra querer desarticular um manifesto totalmente democrático".
Igrejas
Na terça-feira, que a campanha liderada pela Comaduec não é unanimidade nem mesmo dentro da Assembléia de Deus. Outros grupos dentro da própria Igreja chegaram até mesmo a questionar a legitimidade de Shelley Macêdo. Três outras entidades, que apóiam o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, a Convenção de Igrejas e Ministros das Assembléia de Deus do Estado do Ceará (Cimadec), a Convenção de Ministros da Assembléia de Deus do Ceará (Comeadec) e a Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece) seriam contrárias à campanha promovida por Macêdo.
O pastor Osires Teixeira, presidente da Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece), grupo que apóia o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, disse ao O POVO que não há discriminação por parte das igrejas que representa. Para Teixeira, os homossexuais são "pessoas carentes e necessitadas de amor" e "merecem respeito". O pastor disse considerar que eles "não podem ser culpados pelo que são" e que a Igreja "tenta alcançá-las para que elas possam ser aceitas como são".
Já o pastor da Igreja Batista Central, Armando Bispo, criticou as ações direcionadas especificamente para a comunidade LGBT. "As políticas públicas precisam contemplar todos os seres humanos, da criança ao idoso, a antrofobia afeta a raça humana em todos os níveis pelo potencial de agressividade que existe em cada um de nós. É comprovado que a maioria das uniões homossexuais são marcadas por violência, e a proteção dos mesmos deve existir no respeito e no cumprimento das leis já existentes", disse.
Bispo diz acreditar que as políticas públicas que priorizam esse grupo podem gerar uma espécie de discriminação invertida. "O direcionamento público à comunidade LGBT, acaba criando a heterofobia, agressão contra as pessoas que não consideram o homossexualismo algo normal", afirmou.
Na última terça-feira, 12, que grupos de dentro da própria Assembléia de Deus questionam a representatividade e a legitimidade da Convenção de Ministros das Assembléias de Deus Unidas do Ceará (Comaduec), liderada pelo bispo Shelley Macêdo, e que encabeça a campanha contra a candidatura do PT. As três entidades cearenses ligadas à Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil (CGADB) negam vínculo com a Comaduec e rechaçam a campanha que ela promove.
- Segundo o candidato do PSC, pastor Neto Nunes, sua candidatura é apoiada pelas Convenção de Igrejas e Ministros das Assembléia de Deus do Estado do Ceará (Cimadec), Convenção de Ministros da Assembléia de Deus do Ceará (Comeadec) e Convenção Fraternal de Ministros da Assembléia de Deus no Ceará (Cofradece), que reuniriam cerca de 200 mil fiéis.
- Segundo o pastor Jorge Luiz Pereira, da Cimadec, "qualquer pessoa que deseja criar uma igreja pode botar o nome Assembléia de Deus, mas não tem a representatividade genuína dela". Já o pastor Osires Teixeira, da Cofradece, afirma que na Assembléia de Deus nem sequer existe a denominação de bispo, que Shelley Macêdo utiliza.
- Neto Nunes desautorizou o bispo. "Esse rapaz (Shelley) não representa a Assembléia de Deus". O pastor Pereira também rejeitou a ação de Macêdo. "Repudiamos totalmente qualquer agressão, tipo de comportamento que é anti-ético, que foge aos nosso princípios cristãos".
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